Olímpio deixou um novo comentário na sua mensagem "Manuel Paula disse... Barbearia Palácio Elegante”:...":
Meu caro e respeitado colega.O seu texto é um pedaço de história da
nossa profissão e que bem estruturado chegou á Figueira da Foz.Quero
dizer, ao mundo da nossa classe! Que beleza de recordação da baixa de
Lisboa, que tempo aquele em que as barbearias tinham esse estilo
social.Fiz escola de senhoras na Rua Nova do Almada e na Rua do
Crucifixo 50, Comi na Palmeira e poucas vezes os bifes no Galego ,
Agradeço muito este seu texto, porque os que se esquecem de onde
partem,seguramente não sabem onde estão Aceite o meu abraço
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Publicada por Olímpio em JOAQUIM PINTO PINTO'S CABELEIREIROS a 11 de dezembro de 2014 às 20:28
2 comentários:
“Barbearia Palácio Elegante”: Memórias de mais de meio século-
As “broas de Natal” de 1963
Todos os anos pela altura da época natalícia, estava implantada, organizada e estruturada, na barbearia uma modalidade muito interessante: comprava-se um bilhete de lotaria e com uma folha de 25 linhas e as manicuras com a sua natural simpatia e também beleza (era gente muito bonita), dirigiam-se aos clientes e apelavam aos mesmos, que ficassem com uma entrada do tal bilhete de lotaria. Os clientes em questão, não só eram receptivos (aliás, já estavam habituados a essa rotina todos os anos), a cem por cento, como inflacionavam muitíssimo essas entradas, duas ou três vezes e às vezes muito mais. Era sem dúvida a generosidade por parte de um estrato social, com poder económico mais ao menos elevado, que com a mesma generosidade afirmava também e fazia emergir o seu estatuto social, em contraste com uma sociedade portuguesa de então, económica e socialmente frágil e estruturalmente empobrecida.
Com efeito, no fim a verba bastante gorda, davam numas boas broas de Natal para todos, desde os barbeiros aos paquetes.
No dia 24 de Dezembro (não havia pontes), trabalhava-se e até muito tarde e por volta das 20 horas mais ou menos, saiam os últimos clientes e todo o pessoal ia passar pelas pastelarias das proximidades (Quem sabe à Central da Baixa, na Rua do Ouro; ao Império das Limonadas, do. Oliveira e do Martinho, na Rua do Crucifixo; `pastelaria Suíça no Rossio ou na pastelaria do bairro, e levar para casa o “bolo de rei” e outros. Naquele tempo o Natal não era todos os dias, era digerido mais lentamente., O poder económico da maioria das famílias portuguesa era baixíssimo… talvez por isso fosse mais Natal, fosse mais valorizado…
Nesse ano, oriundos de uma daquelas duas barbearias que existiam no Rossio (agora só existe uma), vieram trabalhar para o Palácio Elegante (penso que vieram do Salão Carmo ou Rossio), o Corte-Real; O Simões e o Falcato. Estes dois últimos acabaram sócios da Barbearia Africana sita na Rua dos Correeiros em 1974. Sem dúvida que a barbearia , estava bem servida, quer em qualidade, quer em quantidade. Eram artistas/profissionais exímios. Eram a excelência profissional….
Nesse Ano de 1963 a poucos dias do Natal, falecia a minha avó paterna…
Obrigado!
Foi um privilégio muito grande para mim, poder aceder a este espaço.
Conhecer por esta via, os amigos Joaquim Pinto e Olímpio Fernandes, que deram e estão a dar vida a um projeto ambicioso que superiormente abraçaram de índole histórico/cultural, de incomensurável valor sobre a profissão de barbeiro/cabeleireiro, que tão dignamente representam.
Um bom Natal
Até sempre! Desejo-vos a melhor sorte do mundo
Manuel Paula
Caríssimo amigo, muito obrigado pelo seu generoso comentário e dizer-lhe quanto admiro o seu percurso de vida, o qual eu tive a oportunidade e privilégio de constatar no seu blogue. Logo, se há alguém que merece ser elogiado e admirado é, o meu ilustre amigo.
Queria, aproveitar, este momento especial, para lhe desejar para si e toda a sua digníssima família, um bom Natal e um ano de 2015 de grande felicidade.Aproveito, também, para desejar um bom Natal ao Sr. Joaquim Pinto e restante família, assim, como um óptimo ano de 2015.
Bom Natal e bom ano de 2015, para todos os visitantes do blogue.
Atenciosamente.
Manuel Paula
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